terça-feira, 21 de agosto de 2012

DoniRosset: o brasileiro de R$ 2 milhões

Feito por encomenda, supercarro quer aniquilar recordes e ser o mais veloz, potente, sofisticado e caro já feito no Brasil

Mais de 1.000 cv. Dois milhões de reais. Três lugares. Cinquenta unidades. Fibra de carbono. Metais nobres. Pedras preciosas. Nada do que pode ser dito sobre o DoniRosset não é superlativo. Tudo começou com um encontro em 2007 entre o designer Fernando Morita e o empresário William Denis Rosset. De lá, nasceu um pedido com tons de desafio.
William encomendou a Morita o projeto e a construção de um superesportivo para presentear seu pai, o também empresário Donino Rosset — Doni, para os mais chegados. O resultado é a escultura que você vê aqui.

Do rabisco à argila

O projeto começou em meados de 2008, sobre uma folha em branco. “Eu desenhava, mostrava ao William e trocávamos opiniões e sugestões com muita liberdade. Foi como se faz em uma fábrica, com a apresentação dos esboços ao diretor de estilo até chegarmos à ideia final”, disse Morita, em um bate-papo durante o ensaio com o superesportivo em nosso estúdio. (Aceleramos o DoniRosset? Vá até o final do post e descubra qual foi a nossa mágica). Depois que o desenho ideal foi definido, o designer partiu para a modelagem do carro em clay (espécie de argila) na escala 1:4. Depois disso, Augusto “Clóvis” Souza criou um simetrizador para deixar os dois lados do clay exatamente iguais — trata-se de uma máquina que custa milhões de reais, mas que ele criou com apenas uma fração disso. “E ficou perfeito”, brinda Morita.
Box DoniRosset

Materializando o sonho

Para fazer um carro 100% exclusivo, a equipe do estúdio Amoritz GT buscou soluções que ainda não haviam sido feitas por aqui. Chassi tipo spaceframe de alumínio? Nenhum brasileiro já teve. Peças de fibra de carbono? Também não. Pois o DoniRosset vai ter tudo isso e mais: posição de pilotagem central (como o McLaren F1, de 1992) com cinto de seis pontos da Sabelt, suspensão com sistema pushrod regulável (como nos Fórmula 1), desenvolvida por Alexandre Hirata, em 2009, e painel composto de tela TFT (como no Lamborghini Aventador), além de outras duas, que ainda não foram instaladas: uma para o navegador por GPS e outra para o sistema de som. Para arrematar o presente, ele tem detalhes em turmalina paraíba, pedra verde rara que só existe no Brasil, mais cara que esmeralda, emblema frontal em ouro 24 k e chave composta de metais preciosos.

O final é só o começo

Após 35 mil horas de trabalho, a Amoritz GT apresentou, em 28 de maio de 2012, o DoniRosset praticamente em sua forma final. Sob a tampa traseira já está o V10 do Dodge Viper, que será convertido para beber apenas etanol e usará dois turbos. Também está lá o transeixo Mendeola, sequencial de seis marchas. As portas, quando funcionarem, se abrirão como as do McLaren MP4-12C: primeiro para fora, depois para cima.
E em qual dia o “quando” vira etanol e borracha queimada? Depende. “Temos uma equipe pequena e todo o dinheiro necessário para tocar o projeto vem de uma pessoa física. São fatores que limitam a velocidade do projeto”, diz Morita. Para conseguir mais dinheiro, Rosset estuda ter investidores ou mesmo sócios. “Além do DoniRosset, cuja produção será limitada a apenas 50 unidades, temos a ideia de criar um esportivo menor e mais acessível”.
William confia que terá mais interessados em seu carro de R$ 2 milhões do que a produção permitirá atender. “Era para o DoniRosset ser único, só um presente para o meu pai, mas muitos amigos quiseram um igual, apesar do preço.” Depois de encomendados, os carros serão produzidos em uma cidade turística, ainda a ser definida. “Quero oferecer aos compradores uma experiência completa. O gostoso será ver o carro ficar pronto, artesanalmente, acompanhado por vinhos e queijos especiais em ambiente acolhedor”, afirma.
O DoniRosset passará dos 400 km/h? Entrará no clube do 0 a 100 km/h na casa dos 2 s? Vamos esperar o carro ficar pronto para conferir.

1.007 cavalos e 9 bestas

A foto de movimento do DoniRosset que você viu é real. Contudo, o que não aparece na imagem são os pangarés escondidos à esquerda do superesportivo. Nós o empurramos para permitir o clique com as rodas em movimento e o fundo borrado. O segredo para o efeito é usar um disparo bem lento (o obturador da câmera fica aberto por alguns segundos) combinado a um longo braço mecânico estabilizado chamado rig, que conecta o carro à câmera.
100 a 0 DoniRosset




 

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