segunda-feira, 4 de junho de 2012

Volkswagen Passat é um Jetta gigante

Sedã mantém luxo, ótimo desempenho e conforto, mas peca com o visual sem sal

Há pouco tempo você conferiu aqui  a avaliação do Volkswagen Passat CC equipado com o kit R-Line, um carro executivo com uma tocada esportiva de dar inveja em muitos concorrentes alemães mais caros. Agora, queremos mostrar para você, incansável leitor e fanático por automóveis (ou somente apreciador), como é estar a bordo de um Passat “normal”. 
Diferentemente da versão CC, que apresenta o visual de um cupê quatro portas, o Passat segue uma linha mais tradicional de sedãs grandes, com muito espaço interno, tecnologia, ótima motorização e certa pitada de luxo. Apresentado em maio de 2011, o modelo conta também com a versão Variant (perua) em sua gama, que sai por R$ 118.657. Salgadinho, né? Isso por que a taxa de IPI para carros vindos de fora do Mercosul e México não dá moleza para ninguém, nem para o Passat tradicional, que custa R$ 112.677 e vem importado da Alemanha.
Para justificar este valor, o “Passatão” vem mais recheado do que aquele bolo Floresta Negra que a titia fazia todos os anos no dia do seu aniversário. Entre os principais itens de série estão: sistema ACC (adaptative Cruise Control) que controla a velocidade e a distância do carro à frente e ainda evita colisões frontais freando o veículo caso o motorista esteja distraído (acredite, ele freia mesmo), Park Assist, teto solar, ar-condicionado de duas zonas, faróis com LEDs diurnos, ajuste elétrico nos bancos dianteiros, entre outros.
Tudo isso para chamar a atenção frente concorrentes de peso. O Volkswagen Passat briga atualmente com Ford Fusion, Kia Optima, Hyundai Sonata, Toyota Camry, Honda Accord, uma disputa de egos entre veículos voltados para um público específico que não caiu nas graças dos SUVs imensos e ainda preferem manter a tradição dos sedãs de luxo.

 Além, das marcas tradicionais, a Volkswagen também incomoda seus compatriotas Mercedes-Benz C 180, BMW Série 3 e Audi A4, que apesar de terem valores próximos ao do Passat, são menos carregados de acessórios e contam com a força do símbolo sobre o capô para vender. Como disse, é uma briga de orgulhosos.




A primeira geração do Passat foi lançada em 1973 e, desde então, já são mais de 15 milhões de unidades rodando pelo mundo. O carro chegou ao Brasil na versão duas portas para ajudar a Volkswagen com a queda nas vendas dos Fuscas. Desde então, a tradição do Passat segue firme.
Atualmente, o motor 2.0 TSI faz com que o sedã alcance os 100 km/h em 7,7 segundos, um bom tempo para um carro de 1.474 kg. A velocidade máxima é controlada eletronicamente e fica nos 210 km/h, o suficiente para perceber a boa relação entre o bloco e o excelente câmbio DSG de dupla embreagem e 6 marchas, que faz trocas quase imperceptíveis.
O motor gera 211 cavalos de potência que surgem repentinamente com o auxílio da ótima calibração do acelerador. Além disso, é só pressionar o pedal direito e elevar as rotações até os primeiros 1.700 giros do motor para sentir os 28,5 kgfm de torque empurrando o sedã com muita força para frente. Para melhorar, a opção esporte deixa as respostas do motor e do câmbio muito mais rápidas e vai muito bem na estrada.
O trabalho das suspensões na esburacada cidade de São Paulo merece um ponto positivo e é quase impossível ouvir aquelas batidas secas das rodas de 17 polegadas. O isolamento acústico também surpreende, porém, os ruídos vindos do motor podem incomodar os mais enjoados em altas rotações.
Atualmente, o Brasil conta com uma ótimo leque de sedãs grandes. Boa parte das marcas possui um representante do segmento em suas concessionárias, o que deixa a disputa cada vez melhor. Sobre o Passat: ele é completíssimo, tem um ótimo motor e conforto de sobra, mas deixa a desejar no visual – um dos itens mais importantes nesta faixa de preço. Se você gosta de uma coxinha bem temperada, a escolha está correta.

 

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